Mesmo tendo as artes como foco, Nash acreditava que seu futuro estava na medicina ou na biologia. O que ele descobriu anos depois é que seu interesse por esses cursos tinha a ver, na verdade, com sua sinergia em relação às potencialidades do corpo humano, da expressão corporal. Mais tarde, essa descoberta lhe rendeu pesquisas cênicas, cruzando conhecimentos da música e do teatro. Mas o interesse como ator passou primeiro pelo olhar cirúrgico da sua mãe, que foi quem incentivou Nash a ir para as artes cênicas.

Sua jornada nos palcos tem início no Teatro Escola Célia Helena, onde se formou como ator e desenvolveu projetos ao lado de diretores como Bete Dorgam e Marcelo Lazzaratto. Anos depois, Nash retorna à escola, mas, desta vez, como professor.

Por indicação de Dorgam, Ricardo começou a atuar em espetáculos da diretora Débora Dubois ao lado de nomes como Marcos Damigo, Bárbara Paz, Marcos Mion, Flávia Garrafa e Júlio Rocha. Seu primeiro espetáculo profissional foi “Cuidado: Garoto Apaixonado”, de Toni Brandão

Os trabalhos como ator e músico em espetáculos cênicos começam a se alternar após a peça “Las Muchachas”, com direção de Dagoberto Feliz. A partir desse marco, Nash começa a explorar seu lado como músico na cena teatral, desenvolvendo diversos espetáculos, dentre eles “Chico Mendes e o Encantado”, dirigido por Ivini Ferraz e Georgette Fadel, e “A Lenda do Quebra Nozes”, com direção musical de Gereba.

Como fortalecimento do processo de ator e músico, Nash desenvolveu, ao lado de Nilson Muniz, projetos lítero-musicais importantes para o Sesc SP. Foram aproximadamente 15 permormances, entre adultos e infantis. A construção das cenas por meio de textos de grandes poetas foi uma escola empírica para Ricardo, que levou essas experiências para a construção, por exemplo, do cortejo lítero-musical “Cal y Grama”, apresentado no Sesc Santana.

Ao longo de sua carreira, Nash teve a oportunidade de atuar ao lado de grandes diretores nacionais e internacionais como Zé Celso, Marcelo Drummond, Ilo Krugli, Zé Renato, Ron Daniels, Francisco Carlos e Anatoli Vassiliev.

Todas essas experiências no teatro e como arte-educador e pesquisador o levaram a um estágio de amadurecimento profissional, que resultou no convite da estreante Cia do Piolho para a direção do espetáculo “O Natimorto”, de Lourenço Mutarelli.

Ricardo Nash participa ainda do Núcleo Musical da Cia do Tijolo, dirigido por Willian Guedes, e da Companhia São Paulo Playback Theatre.